Volto a alertar que como leigo e um mero aprendiz em fase embrionária, que as minhas abordagens, fundamentos e informações recolhidas possam estar contaminadas pela minha inexperiência e “olho” pouco treinado, daí chamar mais uma vez a atenção e focar o facto de este trabalho puder conter erros na informação recolhida e consequente interpretação que passarei a apresentar, expôr como minhas "considerações"!

Publicada por Filipe Pereira On 07:50 0 comentários
Sendo as minhas considerações na óptica em Educação Comparada, e esta sendo uma das Ciências da Educação, e solidária com o emaranhado de problemas epistemológicos que caracteriza estas Ciências. A ciência que aqui (nos) interessa-me, ora designada como “Pedagogia Comparada” ora como “Educação Comparada”, é um dos elementos comuns às classificações das Ciências da Educação que é a Licenciatura que ambiciono.

Não irei abordar os problemas epistemológicos das Ciências da Educação. Irei antes tentar perceber como estudo(vago, mas que fornece-me uma “ideia” “perspectiva”) da educação de um País Estrangeiro pode efectivamente tornar-me mais atento e capaz de compreender a Educação do “meu” País(Portugal) .

A educação em Cabo Verde em geral, e o Ensino em particular, começam a ser um objecto de maior preocupação dos elementos governativos a partir do momento em que se começaram a sentir algum desconforto provocado pela incapacidade de prosseguir e ultrapassar os limites impostos pelas sociedades actuais e configurando uma tentativa de aproximar-se das sociedades cada vez mais desenvolvidas.

Hoje, é dado o valor do Ensino e da Educação pelo contributo imprescindível que oferece aos restantes subsistemas, como o da pesca, turismo e recursos naturais, tornando-os mais capazes. Sabendo que a construção da sociedade Cabo Verdiana (futura) passa, inequivocamente, pela capacidade de “relançar” o ensino em que sejam capazes de fornece-lo sem que para isso tenham que abandonar o seu país, a sua estabilidade geográfica e emocional, então é urgente questionar que as “novas” mudanças emergentes dos contextos de realização e sustentação, são uma atitude receptiva fase a novas propostas e desafios pela própria população, inclusive aqueles que sairam para formar-se no ensino superior e voltaram a Cabo Verde, trabalhando e focando um dos sectores decisivos para o desenvolvimento de um país a Educação.

Os processos de globalização, o alcance das redes de comunicação, capazes de permitir a comunicação entre pessoas situadas em qualquer parte do Planeta, de tal forma que começa a fazer cada vez mais sentido o rótulo de “Aldeia Global” ou da globalização, juntamente com a progressiva melhoria dos sistemas educativos e culturais das populações tornam cada vez mais difícil ocultar a diversidade de culturas e de pessoas e, consequentemente, as suas realidades, necessidades, problemas, e também as suas concretizações.

Cabo Verde está no caminho de ter um sistema educacional próprio e funcional que corresponda ás suas próprias expectativas, mesmo que baseado nos restantes, noto nele uma preocupação de oferecer no ensino aos jovens a realidade que o país necessita trabalhar, é percéptivel que ainda são as universidades exteriores a Cabo Verde as mais procuradas e reconhecidas pela capacidade de formaçao, mas também é essa aceitação e reconhecimento que os permite após identificar o problema arranjar uma solução.

Então querendo partilhar o conhecimento que foi-me passado através do meu professor, pedagogo, cientista, escritor e etc, passo a apresentar partes de textos que facultou-me e das quais apoiei-me e tentei compreender para o meu crescimento enquanto observador atento e interessado em Ciências da Educação.

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O único e importante problema é que, sendo o elemento “Pedagogia”, à partida, a designação do todo que se passou a designar de “Ciências da Educação”, então a “Pedagogia Comparada” seria sinónimo de “Ciências comparadas da Educação”. Convenhamos que seria demasiado vago…e até mesmo confuso.

Pelo contrário, a opção pela designação “Educação Comparada”, apesar de ter um tom anglicista muito agradável ao ouvido comum dos tempos que correm, tem a desvantagem de dessa forma uma disciplina do saber humano ser designada pelo objecto e não pela ciência que o estuda.

Mas tem a vantagem de particularizar esse objecto que é alvo de uma abordagem [científica] comparativa: percebe-se que se trata de comparar a educação tal qual ela existe, tal qual se faz
em contextos [nacionais] que, por serem diferentes mas também não serem absolutamente
estranhos, podem ser objecto de um estudo comparativo.

Que se propõe fazer essa Ciência da Educação a que, assim sendo, designaremos como “Educação Comparada”?

A “resolução” do problema da designação não resolve quase nada em termos de esclarecimento do estatuto epistemológico desta ciência da “Educação Comparada”. A pergunta consiste basicamente em perguntar que tipo de ciência é essa. O que a caracteriza e faz a sua especificidade?

Tal como as restantes Ciências da Educação, ela deve ser caracterizada e distinguida das estantes pelo seu método, pois não o é pelo lado do objecto, que é comum.

Não soluciona o nosso problema, mas pode fazer alguma luz a consideração da grande diversidade de definições de Educação Comparada que têm sido dadas. Elas podem ajudar a fazer luz sobre os fins e os meios desta ciência.

Eis algumas dessas definições:

“Os comparatistas em educação encontram-se numa situação especial. Sabem que a Educação Comparada existe. Acaso não têm diante os seus olhos um número cada vez mais impressionante de obras relativas a esta disciplina? E, no entanto, não sabem exactamente qual é a essência e os limites da sua especialidade Os comparatistas mais eminentes reuniram-se várias vezes, mas não chegaram, todavia, a pôr-se de acordo para formular uma definição. Haveria que começar, pois, por um estudo comparado das numerosas definições de Educação Comparada. Enquanto chega esse momento, devemos contentar-nos em prosseguir empiricamente”
(Rosselló, 1978, 17).

“O fim da Educação Comparada é o de descobrir as diferenças nas forças e causas que produzem diferentes sistemas educativos. Seu maior valor reside na análise das causas que determinam o desenvolvimento dos sistemas, na comparação das diferenças entre os distintos sistemas, nos motivos subjacentes e, por último, no estudo das soluções tentadas”.
Isaac L. Kandel, Educação Comparada

“O principal objectivo da Educação Comparada consiste em estudar analiticamente esses factores [raça, língua, religião, politica...] de um ponto de vista histórico, e em comparar as soluções tentadas para os problemas resultantes”.
Nicholas Hans, Educação Comparada

“Pedagogia comparada é a ciência que, mediante a comparação dos factos pedagógicos, no sentido estrito ou num sentido cultural mais amplo, pertencentes ao passado ou à actualidade, ao próprio país ou a países estrangeiros, trata de responder às questões pedagógicas individuais ou de estabelecer conceitos pedagógicos ou leis universais”.
Friedrich Schneider, La Pedagogia de los Pueblos

“A Educação Comparada é o estudo comparado de uma das formas mais complexas da conduta humana: o processo educativo. A Educação Comparada não deve estar confinada ao estudo dos sistemas escolares ou ao estudo de qualquer outro tipo de ‘factos singulares’, assim como não é uma descrição inerte de práticas e instituições educativas estrangeiras, como se estas pudessem ser adoptadas e importadas para sua exibição em museus. Está interessada nas peculariedades do processo educativo, considerado como um processo total”.
Edmund King,Comparative Education Review, n°3

“A Educação Comparada, em seu sentido mais amplo, pode ser definida como a comparação intercultural da estrutura, do processo, das metas, e dos métodos e dos rendimentos dos distintos sistemas educativos e seus elementos”.
Arnold Anderson, International Review of Education, v. 7, 1101

“A Pedagogia Comparada é a parte da Teoria da Educação que concerne à análise e às interpretações das diferentes práticas e políticas em matéria de educação, nos diferentes países e diferentes culturas”.
A. Lauwerys, in A. D. Márquez,Educación Comparada

“A Pedagogia Comparada é uma disciplina que investiga e tende a extrair conhecimentos novos, de ordem teórica e prática, por meio da confrontação de dois ou mais sistemas de educação em uso em diversos países, regiões ou em distintas épocas históricas”.
A.Vexliard, La Pédagogie Comparée

“Pedagogia Comparada é o estudo comparativo de questões pedagógicas de diverso tipo, e em particular dos sistemas educativos dos diferentes países”.
J. M.Quintana Cabanas, Educar, n°3

“A Educação Comparada faz parte de um plano mais amplo para explicar os fenómenos, primeiro dentro dos sistemas e instituições educativas, e segundo, abraçando e vinculando a educação com o seu ambiente social”.
Noah, M A.Eckstein, Towards a Science of Comparative Education

“A finalidade da Educação Comparada é o estudo das inter-relações que têm lugar entre a educação e a sociedade, não só na situação nacional mas, também, na internacional, com o propósito de entender problemas tanto locais quanto universais”.
Kneller, in A. D. Márquez, Educación Comparada

“A Educação Comparada pode ser definida como a ciência que tem por objecto esclarecer, analisar e explicar as semelhanças e as diferenças entre os factos educativos, e/ou as suas relações com o ambiente que os rodeia (político, económico, social, cultural), e de investigar as leis eventuais que os determinam nas diferentes sociedades e em diferentes momentos da história humana”.
Lê Thành Khôi, L’éducation comparée

“A Educação Comparada é: a) a componente pluridisciplinar das Ciências da Educação; b) que estuda os fenómenos e os factos educativos; c) nas suas relações com o contexto social, político, económico, cultural, etc.; d) comparando suas semelhanças e suas diferenças em duas ou mais regiões, países, continentes, ou a nível mundial; e) afim de melhor compreender o carácter único de cada fenómeno no seu próprio sistema educativo e de encontrar generalizações válidas ou desejáveis; f) com a finalidade de melhorar a educação”
(Daele, 1993, 16-17) [Extraído de FERREIRA, António Gomes Alves, Educação Comparada, FPCE,Coimbra, 1998, pp. 19-23.]

(1)Casimiro Amado, Educação Comparada. Guião para apoio ao estudo, Universidade de Évora, 2009